O samba e o pagode, ritmos que vibram em cada esquina do Brasil, são marcados por tradições ricas e histórias envolventes. Contudo, uma análise mais atenta revela a predominância mas masculina nesses gêneros, com poucas mulheres conquistando destaque. Ícones como Alcione, Clara Nunes, Sandra de Sá, Mart'nália e Maria Rita, embora tenham deixado marcas na música brasileira, destacam-se em um campo majoritariamente masculino.

Surge, então, uma nova geração de artistas, prontas para desafiar os padrões e transformar o cenário.

Dentre essas vozes revolucionárias, Mannda Lym se destaca, trazendo 11 anos de trajetória musical e uma visão inovadora sobre o papel feminino no pagode contemporâneo. Nascida em Belo Horizonte, no bairro Jardim Felicidade, e criada em um lar evangélico musical, Mannda escolheu o pagode como sua forma de expressão artística.

Filha de Ruth e Sérgio Amaral, que foram peças-chave no grupo de louvor de sua igreja, com o pai na bateria e a mãe nos vocais, Mannda foi influenciada desde cedo pela música. Ainda criança, assistia aos ensaios no colo do pai, desenvolvendo um amor pelo ritmo que a levou a aprender a tocar bateria por conta própria. Aos 13 anos, assumiu o posto de baterista oficial da igreja, demonstrando seu talento até os 17 anos.

Inspirada por artistas como Ludmilla e Mumuzinho, Mannda Lym constrói sua própria história no pagode, um gênero que, segundo ela, vai além das definições.

Atualmente, aos 29 anos e morando em São Paulo, ela reflete sobre o impacto que tem gerado na cena musical brasileira. Enfrentando obstáculos como sabotagens e preconceitos, Mannda transformou cada desafio em uma nota mais forte em sua música.

O auge de sua carreira até agora foi a participação com o grupo Pagode do Rei na Choperia Guarani, um momento eternizado em sua memória. Enquanto brilha nos palcos, Mannda compartilha sua experiência e sabedoria, aconselhando a seguir a paixão pela música acima de tudo, pois a fama virá como consequência do comprometimento.

Mannda também ressalta a importância da perseverança na carreira de um artista, afirmando que:

“o processo de um cantor é uma oscilação entre dias bons e ruins, como qualquer outra profissão. Mas o importante é aproveitar o que se aprende no trajeto."

Ela aconselha os artistas a cuidarem pessoalmente da própria carreira tanto quanto possível e, caso alguém ou alguma empresa com boas intenções se apresente para expandir o trabalho, é fundamental buscar referências sobre essas pessoas.

"E nunca deixem que ninguém mude a sua essência. Só você sabe de onde veio e o que teve que abrir mão para seguir seu sonho."

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