Harmonização de panturrilha: homens buscam preenchimento na perna que custa até R$ 9 mil

Preenchimento feito com plasma é puramente estético; objetivo é definir a musculatura A popularização dos procedimentos estéticos e cirúrgicos é um fato dos tempos modernos. No meio da beleza e do universo fitness, a busca pela simetria e pela definição corporal perfeita é uma corrida sem ponto de chegada – afinal, os padrões mudam e novos métodos de intervenção chegam ao mercado.
Apesar de existir um debate sobre os excessos da harmonização facial, que tem perdido força entre algumas celebridades como Eliezer e GKay (que se arrependeram e optaram pela “desarmonização”), a corporal tem ganhado espaço, em especial para os glúteos e as panturrilhas, este último mais procurado entre os homens.
De acordo com Marília Vidal, empresária e dona da Clínica Ômega, especializada em harmonização de panturrilhas, quem busca o procedimento geralmente é um público ativo, que se exercita frequentemente, mas tem dificuldade em desenvolver a musculatura da região da forma que gostaria. “O preenchimento não tem nenhuma atuação funcional no corpo, é puramente estético. Então não vai trazer mais estímulo ou vigor para a pessoa”, destaca.
Harmonização de panturrilhas pode chegar a custar R$ 9 mil.
Divulgação/Clínica Ômega
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O objetivo da intervenção é alargar as panturrilhas e fugir da imagem de um corpo triangular, quando o tronco e o quadríceps se desenvolvem bem, mas essa área continua afinada. “Isso incomoda muito principalmente os homens que treinam. Todos os procedimentos são complementos dos hábitos e não vão criar uma musculatura porque são aplicados na camada subcutânea da pele, mas melhoram o aspecto da definição muscular”, explica Marília.
Para esse preenchimento, o material utilizado é o plasma rico em plaquetas (PRP), um dos bioestimuladores autólogos – produto obtido do próprio paciente – mais usados no campo estético, como no combate ao envelhecimento facial, em tratamentos de alopecia e em cirurgias como a rinoplastia e na lipoenxertia. Após a coleta, o sangue passa por uma máquina onde o plasma é separado e preparado até ficar na densidade de um gel, que posteriormente é injetado na região escolhida.
Da coleta do sangue até a injeção, todo o processo dura cerca de uma hora, como explica a dona da clínica: “a coleta é feita em 20 minutos, no máximo. Existe um limite de até 475 ml, que é proporcional a uma bolsa de sangue. Quando é transformado em plasma, rende de 200 a 280 ml (a quantidade varia conforme a rotina e os hábitos da pessoa). Na centrífuga, fica por 8 minutos e depois de 5 a 10 minutos na incubadora. Como é um material considerável, é injetado por ciclos”.
Homens buscam harmonização de panturrilha para definir a musculatura.
Divulgação/Clínica Ômega
É importante pontuar que o procedimento é temporário e, assim como a toxina botulínica (o famoso botox), requer reaplicações. “O plasma é reabsorvido pelo corpo em cerca de 3 a 6 meses e o que fica dessa aplicação é o estímulo de colágeno, que pode melhorar o aspecto da pele local”, informa a cirurgiã plástica Giulia Godoy.
Por ser produzido pelo próprio corpo do paciente, os riscos da aplicação são baixos, mas é contraindicado para qualquer pessoa com algum tipo de doença autoimune, como diabetes não controlada, deficiência de ferro ou transplantados recentes. “Não há risco de rejeição, mas podem ocorrer outras complicações locais como infecção, hematoma ou problemas mais graves se o plasma for aplicado em algum local incorreto, como intravascular ou intramuscular”, alerta Giulia.
O valor da harmonização de panturrilhas varia de R$ 3.000 a R$ 9.000, a depender da quantidade de sessões necessárias – para os homens que buscam uma definição sutil, Marília afirma que uma costuma ser o suficiente. Após a intervenção, é recomendado evitar esforço físico e de alto impacto por 72 horas, além de evitar o sol.
As especialistas também advertem sobre os perigos de realizar o procedimento com polimetilmetacrilato, o PMMA, utilizado em algumas clínicas. Giulia explica: “é um silicone que infiltra nos tecidos e pode ocasionar diversas complicações, inclusive o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) já tiveram reuniões com a Anvisa para proibir o uso dessa substância”.
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